No seu texto do DN, hoje publicado, Anselmo Borges evoca a figura de Edward Schillebeeckx, começando por recordar o seu último encontro com o teólogo flamengo:
A última vez que o encontrei foi em 1988, em Nimega (Holanda). Recebeu-me na sua cela bem modesta, e, embora a saúde já não fosse particularmente boa, concedeu-me tempo para uma longa conversa. E foi aí que lhe lembrei a sua afirmação de que Deus não é uma necessidade, mas um luxo. Ele confirmou: "Sim. Abusou-se de Deus, da palavra Deus, no sentido de que Deus foi funcionalizado, posto em função do homem, da sociedade, da natureza... Ora, a natureza, o homem e a sociedade não têm necessidade de Deus para serem o que são. Mas, por outro lado, o luxo da nossa vida humana é, por exemplo, poder receber um ramo de flores. Não é uma necessidade. É um gesto completamente gratuito. É essa a grande experiência humana."
O texto integral pode ser lido aqui. E no Público de 26 de Dezembro, tracei um perfil de Edward Schillebeeckx. Pode acrescentar-se que o teólogo esteve várias vezes em Portugal, para acompanhar a efémera edição portuguesa da revista Concilium, publicada pela Moraes.
No seu texto da semana anterior, Anselmo Borges falava do tempo:
No termo de mais um ano e na entrada de outro, são muitos os pensamentos que nos invadem. Mas talvez não seja fora de propósito também uma breve reflexão sobre o mistério do tempo. Já Pascal se interrogava na perplexidade: porque é que, num passado ilimitado e num futuro igualmente sem limites, me coube viver precisamente neste tempo que é o meu? Se soubéssemos o que é o tempo, também saberíamos o que somos. (...)
Este texto, que nos ajuda a reflectir sobre a mudança de calendário que acabamos de viver, pode ser lido na íntegra aqui.
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