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O cineasta Manoel de Oliveira foi a personalidade escolhida para discursar no encontro do Papa Bento XVI com o mundo da cultura, que decorrerá no Centro Cultural de Belém (CCB) a 12 de Maio, de manhã, durante a visita do Papa a Portugal.
“Na auscultação, as personalidades foram unânimes na escolha de alguém que está acima de diferentes sensibilidades e que defende nos seus filmes valores cristãos”, afirmou, citado pela agência Ecclesia D. Carlos Azevedo, coordenador geral da visita de Bento XVI a Portugal.
O responsável pelo encontro do CCB, padre José Tolentino Mendonça, afirmou entretanto ao site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), que está convencido de que o encontro entre o cineasta e o Papa será uma das imagens marcantes da visita de Bento XVI a Portugal.
Tolentino Mendonça, director do SNPC, foi convidado, enquanto poeta, a participar em Novembro, no Vaticano, no encontro do Papa Ratzinger com cerca de 260 artistas de todo o mundo. Na ocasião, também Manoel de Oliveira tinha sido convidado, mas o cineasta não pôde estar presente por razões pessoais.
O realizador foi agraciado, no final de 2007, com o Prémio de Cultura Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes, atribuído pelo SNPC. Ao receber o galardão, Manoel de Oliveira fez uma espécie de profissão de fé pública: “Creio, como católico que nasci, católico como fui educado pela família, num colégio de Jesuítas, e sobrecarregado com todas as dúvidas que pesam (…) mesmo sobre os grandes santos.”
“A dúvida é um estímulo de procura. É difícil vencer essa procura. Ou, por outras palavras, é difícil encontrar o que se procura. É nisso mesmo, nessa dificuldade, que, quanto a mim, se resume o grande mérito”, acrescentou.
Ao entregar o prémio, o bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, D. Manuel Clemente, referiu-se ao cineasta como um “apaixonado juvenil da velocidade”. E acrescentou, sobre o realizador de Douro, Faina Fluvial: “Filmou o rio e a sua faina com cenas estonteantes de sugestão e ritmo. Como depois, em história infantil de correria e jogo. Mas, já então, sobressaindo o recorte de cada figura, a densidade de cada personagem. Ressaltava, em suma, a humanidade de cada figurante, ou melhor, cada figura da humanidade transportada”.
O encontro do Papa com artistas, académicos e investigadores é o último acto da presença de Bento XVI em Lisboa. Dia 12, à tarde, Ratzinger segue para Fátima, onde preside às cerimónias da peregrinação. Na tarde de 13, ainda em Fátima, encontra-se com responsáveis de instituições de solidariedade social, outro dos momentos relevantes da visita.
(Foto: Manoel de Oliveira a receber o Prémio Árvore da Vida, em Dezembro de 2007; © Rui Martins/Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura)
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