Crónicas
No comentário aos textos bíblicos da liturgia católica de domingo
passado, Vítor Gonçalves comenta, na Voz da Verdade, um dos momentos da viagem do Papa às Filipinas. Com o título O
poder das lágrimas, escreve:
o que encanta é que Jesus começou
por escolher homens habituados à incerteza das pescarias e ao perigo das ondas,
fortes e ousados mas também frágeis e dependentes. Capazes de “chorar” pelos
erros ou por compaixão, e de tudo arriscar por amor. Capazes de entender que o
milagre de “pescar a humanidade” só é possível com a compaixão de Jesus, com as
lágrimas que lavam o olhar, para ver melhor os outros e fazer algo: por eles e
com eles!
(texto integral aqui)
Na crónica de sábado, no DN,
Anselmo Borges toma as declarações do Papa sobre a paternidade e maternidade
responsáveis, no voo entre o Sri Lanka e as Filipinas, para perguntar: Reproduzir-se
como coelhos?
Neste sentido, a Igreja precisa de
uma nova atitude face à sexualidade, nomeadamente neste domínio. Era isso que
pedia outro grande jesuíta, recentemente falecido, o cardeal Carlo Martini, que
confessou que a encíclica “Humanae Vitae”, em 1968, com a proibição da “pílula
anticonceptiva”, “é co-responsável pelo facto de muitos já não tomarem a sério
a Igreja como parceira de diálogo e mestra”, estando convencido de que “a
direcção da Igreja pode mostrar um caminho melhor do que o da encíclica”.
Feita a exigência da paternidade e
maternidade responsáveis, Francisco foi mais longe, pedindo generosidade: (...)
É claro que ninguém pode ser obrigado a ter filhos. Mas o que é facto é que o
que está a acontecer concretamente na Europa – aqui, Portugal vai à frente – é um
tsunami demográfico, que nos levará ao suicídio colectivo. Ter filhos é o maior
sinal de confiança e esperança na vida. Afinal, o que falta hoje é essa
confiança e esperança na vida e no futuro.
(texto integral aqui)
Também no CM de sexta-feira,
Fernando Calado Rodrigues toma as mesmas declarações como ponto de partida para
o texto Os “coelhos” do Papa:
Nestes como noutros assuntos, a
Igreja tem vindo a abandonar um discurso fundamentalista e a concentrar-se
naquela que deve ser a sua preocupação: anunciar valores e denunciar o seu
atropelo. Mais importante do que dizer se se pode ou não usar o preservativo, a
Igreja deve, antes, apelar à responsabilidade dos pais para colocarem no mundo
os filhos que devem. E isto poderá implicar, para alguns, não procriarem mais
e, para outros, serem mais generosos e não cederem à tentação de se ficarem
pelo filho único.
(texto integral aqui)
No Público de domingo, frei
Bento Domingues também começa por referir tais declarações sobre a procriação.
Com o título Acredite no que quiser, mas não seja idiota, escreve:
Para não invocar o nome de Deus em
vão, ou contra o ser humano, importa ter cuidados com a linguagem teológica.
Como princípio geral, deveremos considerar como falsa toda a afirmação acerca
de Deus que despreze a liberdade humana, a sua responsabilidade e a sua
alegria. Não é o ser humano para a religião, mas a religião para o ser humano.
Esta sentença é atribuída ao próprio Cristo, mas esquecida ao longo dos séculos
[5].
(texto integral aqui)