Nesta sexta-feira, houve desenvolvimentos no trágico caso do bispo negacionista Richard Williamson. O Vaticano fez saber, através do seu porta-voz, que o suposto pedido de desculpas formulado pelo bispo não chega - podem ler-se aqui os pormenores. Ao fim do dia, o superior da Fraternidade Sacerdotal São Pio X era citado pela France Presse, afirmando que o grupo que dirige "não" está pronto a reconhecer o Concílio Vaticano II. A entrevista foi dada quinta-feira ao "Courrier" de Genebra e a pergunta era clara: "A Fraternidade está pronta a reconhecer o Vaticano II?" A resposta também: "Não."
Depois disto, continua sem se perceber o que faz correr o Papa. O desejo de unidade? Qual unidade? Com quem há mais de quatro décadas rejeita o essencial da herança do Vaticano II? A Santa Sé já cedeu à possibilidade de celebrar a missa em latim; cedeu depois no levantamento da excomunhão. A Fraternidade insiste em que não está pronta para reconhecer a herança conciliar. Tudo isto soa estranho. E mais ainda: se agora o movimento integrista viesse dizer que, afinal, aceita o pensamento do Vaticano II, que significaria isso? Que os seus membros andaram 40 anos enganados? Que aquela questão essencial que os levou a contestar as mudanças no catolicismo não passa, afinal, de um pormenor pouco importante? Que tudo vale em nome de um estranho conceito de unidade?
Tudo isto soa muito estranho.
1 comentário:
Muito estranho, mesmo...
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