Na
abertura do Átrio dos Gentios, ao final da tarde em Guimarães, o arcebispo de
Braga recordou a história da espanhola que, há dias, se suicidou para evitar
ser vítima do despejo de sua casa. “A economia passou a sobrepor-se à vida
humana”, disse D. Jorge Ortiga.
Esta
é a questão central para o debate que a Igreja Católica pode fazer sobre a
questão da vida humana – o tema da sessão de Guimarães/Braga do Átrio dos
Gentios é “O valor da vida”. Normalmente, quando a Igreja fala da vida, fala
essencialmente do início e do fim da vida – para condenar o planeamento
familiar, o aborto e a eutanásia. Ora, o problema é o que se faz da vida humana
– que é todo o tempo que vai desde que se nasce até que se morre.
De
facto, a perversão que a grande finança trouxe à nossa vida em sociedade coloca
em segundo lugar a vida das pessoas – estas passam a ser máquinas de produção, índices
salariais que é necessário reduzir, números de estatísticas para dizer que
vivemos acima das nossas possibilidades.
Trazer
a vida das pessoas – a vida toda, e não apenas o seu início e o seu fim – de
novo para o centro do debate e da acção política e da sociedade seria uma
tarefa urgente que a Igreja Católica deveria assumir.
1 comentário:
As Pessoas deixaram de contar......
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