domingo, 5 de outubro de 2014

Conversas sobre a família, vistas no espelho e críticas ao Papa

Crónicas

No DN deste sábado, Anselmo Borges apresenta o Sínodo sobre a Família, que começa hoje em Roma, com a missa de abertura presidida pelo Papa. Sob o título Debates sobre a família, escreve:

O Sínodo não pode não ter em conta os avanços da ciência com incidência neste domínio: por exemplo, o início da pessoa humana, as técnicas de reprodução assistida, o controlo da natalidade com métodos anticonceptivos proibidos pela Humanae Vitae. Espera-se uma palavra de abertura para que os casais divorciados e recasados possam aceder à comunhão. A formação terá de ser para a liberdade na responsabilidade, sem esquecer "o primado da consciência" que "deve guiar as decisões dos cristãos e cristãs adultos, muito especialmente na sua vida íntima e familiar". Espera-se uma palavra forte "a favor da igualdade da mulher e contra a violência de género". Decisiva será também a denúncia da situação socioeconómica mundial que leva à pobreza, à falta de trabalho para os jovens, à precariedade da vida familiar e até à extrema dificuldade em constituir um projecto de família.
(texto integral aqui)


No comentário aos textos da liturgia católica deste domingo, Vítor Gonçalves escrevia, com o título Ao espelho, na Voz da Verdade:

Andrea Riccardi, fundador da Comunidade de Sant’Egídio, ao abrir as XI Jornadas de Teologia de Comillas alerta para o perigo da “religião do conformismo”, em particular no compromisso pela paz: “uma igreja que não se confronta com o problema da guerra e da paz é uma igreja introvertida”, pois a impotência para acabar com as guerras torna os cristãos “pessimistas, sem sonhos, resignados”. E conclui: “Estamos numa época democrática intimidada por essa nova religião do conformismo, do ‘não se pode fazer nada’, do ‘sempre foi assim’, e do medo.” Mas isso não tem nada a ver com os vinhateiros da parábola, pois não? E desde que haja missa ao domingo, e nos deixem fazer a festa do padroeiro cá vamos andando, não é?
(texto integral aqui)


No Correio da Manhã de sexta, Fernando Calado Rodrigues escreve, com a pergunta Pode-se criticar o Papa?:

Apesar de alguns sectores sustentarem a obediência cega às resoluções do Papa, talvez seja mais sensato admitir que até as decisões papais são passíveis de serem discutidas. O que não se pode é pôr em causa a unidade em torno do essencial da fé.
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