“Não à violência. Esta é, para mim, a síntese mais curta do
sermão da montanha. No dia 9 de Outubro de 1989, dezenas de milhares de pessoas
não apenas gritaram esta frase, como também praticaram nas ruas o mandamento da
não-violência – em Leipzig como noutras cidades da RDA [República Democrática
Alemã].”
A frase é de Christian
Führer, iniciador das Orações pela Paz que, propostas por um grupo de jovens em
1982, se realizaram em Leipzig durante sete anos e acabariam por levar à queda
do Muro de Berlim, em 1989 – fez domingo 25 anos. Essas orações iniciaram uma “revolução
feliz” que “começou pequenina – pequena como uma semente de mostarda que cai no
chão”. Para os jovens, uma celebração anual não chegava. Por isso, começaram na
Nikolaikirche, onde Christian Führer
era pastor, as orações com ritmo semanal.
Nascido em 1943, em Leipzig,
Christian Führer conta a história desse movimento no livro Da Oração à
Manifestação (Ed. Chrismon). Neste texto, publicado há cinco anos numa revista das igrejas evangélicas alemãs
que é distribuída gratuitamente em alguns jornais diários, ele conta a
história. No blogue 2 Dedos de Conversa, Helena Araújo traduziu o texto porque
ele “lança um olhar inesperado sobre a História que conhecemos”.
“Pessoas, que enquanto criança nos infantários brincavam com
tanques de guerra, educadas nas escolas para a luta militar de classes, ouviram
a mensagem de Jesus. Não à violência. Por meio dela, tornaram possível a
Revolução Pacífica, a primeira revolução com êxito na História da Alemanha”,
conta ainda o pastor. “Para mim, isto é um milagre com dimensão bíblica. Como
dizia o profeta Zacarias: ‘Não por força nem por violência, mas sim pelo meu
Espírito’ (Zacarias, 4,6). E assim aconteceu, com início na Nikolaikirche de
Leipzig e em muitas outras igrejas do país.”
O texto de Christian
Führer pode ser lido aqui na íntegra.
No vídeo a seguir, também partilhado no 2 Dedos de Conversa, podem
ver-se imagens de um concerto conduzido por Daniel Barenboim na Filarmonia de
Berlim, para o qual o maestro convidou gratuitamente os cidadãos da cidade reunificada,
três dias depois da queda do Muro. No mesmo blogue, pode ler-se a tradução das declarações do antigo chanceler
alemão Willy Brandt e de um outro interveniente.
(outro texto sobre o papel dos cristãos na queda do Muro de Berlim pode ser lido aqui)
(outro texto sobre o papel dos cristãos na queda do Muro de Berlim pode ser lido aqui)
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