Padre Albino Reis (foto reproduzida daqui)
Apanhado no meio de um processo
para o qual em nada contribuiu, o padre Albino Reis, 53 anos, novo pároco de
Canelas (Vila Nova de Gaia) afirma que irá continuar a sua missão pastoral,
“por causa das pessoas que nunca abandonaram a Igreja” – e refere em especial o
grupo de jovens que manteve a animação litúrgica e a catequese, além de outras
pessoas que mantêm via a paróquia, para lá de quem é o pároco.
Canelas vive, desde há mais de um
mês, um conflito pouco usual, mesmo conhecendo casos de outros choques entre
populações e párocos, ou entre as populações e o bispo por causa de processos
de mudança nas paróquias. Neste caso, a diocese do Porto esclareceu o que se
passou, num memorando essencial para entender o caso e que, infelizmente, pouca atenção
tem merecido na maior parte das notícias que têm saído na comunicação social.
Neste caso, quer o bispo,
conhecido pelo seu modo dialogante de conduzir estes processos, quer
o novo pároco, de personalidade muito próxima de todos, foram apanhados no meio
de uma tormenta que, tudo o indica, está a ser alimentada desde fora.
Sábado passado, na TSF, Manuel
Vilas Boas passou uma entrevista ao novo pároco de Canelas, esclarecedora sobre
a personalidade deste antigo missionário na Amazónia. Albino Reis, que fez
objecção de consciência ao serviço de capelão militar, foi trabalhar para o
Brasil como forma de cumprir o serviço cívico, apesar de isso significar o
dobro do tempo de serviço em relação à capelania militar e um décimo do dinheiro
que receberia como capelão. Na Amazónia, e depois no México, trabalhou em zonas
conturbadas, entre indígenas e gente sem-terra, entre garimpeiros e pistoleiros,
entre o exército zapatista e o exército mexicano.
Regressado a Portugal, e depois de
deixar os Missionários Combonianos, onde tinha estado, foi trabalhar para a
diocese do Porto, como pároco de Vilar de Andorinho e capelão do Centro
Hospitalar de Gaia e Espinho, onde passa as manhãs, apoiando quem o solicita, como se pode ver nesta curta reportagem.
Sobre o conflito em que se viu
metido, Albino Reis diz que ele tem sido mantido por um grupo de pessoas que
aproveita a situação e que a igreja paroquial tem estado cada vez mais cheia. Os
primeiros momentos, confessa, foram muito duros. “Ninguém quer isto para a
vida, ninguém gosta de fazer o seu trabalho diante de uma contestação
agressiva, malcriada, provocadora.” Mas mantém a esperança de que o conflito se
vá esvaziando por si...
A entrevista pode ser escutada
aqui na íntegra.
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