Crónicas
Na sua crónica de domingo, no Público, frei Bento Domingues escreve sobre as homilias matinais do Papa em Santa Marta, a propósito da publicação, em Portugal, de um volume com as homilias do primeiro ano de pontificado. Sob o título O clericalismo é o vazio da profecia, escreve:
Na sua crónica de domingo, no Público, frei Bento Domingues escreve sobre as homilias matinais do Papa em Santa Marta, a propósito da publicação, em Portugal, de um volume com as homilias do primeiro ano de pontificado. Sob o título O clericalismo é o vazio da profecia, escreve:
O que irrita, nos discursos,
nas tomadas de posição, nas atitudes e gestos de Bergoglio, é a dificuldade em
o classificar sob ponto de vista de um agrupamento ideológico ou partidário e
de o arrumar numa corrente espiritual exclusivista. A sua espantosa liberdade é
o tecido das Homilias agora publicadas. Não se repetem nem servem para ser
repetidas. Valem como inspiração de criatividade na Igreja e na sociedade. Não
são feitas para distribuir doses de doutrina sobre a verdadeira fé da Igreja,
nem de receitas repetidas sobre a moral católica. Também não são, apenas, um
novo estilo com ares de modernidade. São uma nova cultura. Este Papa não é
escravo do passado, não fica cego pela última moda, nem remete tudo para o
futuro. Pratica o discernimento permanente nestas três dimensões do
tempo.
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)
Fernando Calado Rodrigues também dedicou a uma colecção de livros a sua
crónica de sexta-feira no Correio da Manhã. Com o título Padre António Vieira, escreve sobre os 30
volumes das Obras Completas do
jesuíta do século XVIII, cuja edição, no Círculo de Leitores/Temas e Debates terminou agora.
Apesar de muitas das iniquidades
denunciadas pelo padre António Vieira se terem entretanto mitigado, as suas
palavras continuam, infelizmente, atuais. Ontem como hoje, o peixe graúdo
continua a alimentar-se do miúdo, com a complacência e insensibilidade da
generalidade das pessoas. Os príncipes, “em vez de guardarem os povos como
pastores” continuam a roubá-los “como lobos”, mantendo-se atualíssimas as
palavras do Sermão do Bom Ladrão, proferido em 1655 na igreja da Misericórdia,
em Lisboa.
Quase quatrocentos anos depois, é
um outro jesuíta que nos nossos dias ergue a sua voz para defender os oprimidos
e explorados do nosso tempo: o Papa Francisco. Ambos são vozes incómodas que
muitos tentam silenciar. Mas a sua obra permanecerá.
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)
Sábado passado, no DN,
Anselmo Borges escrevia sobre A avó Europa de Francisco, a propósito dos discursos do Papa ao Parlamento Europeu e Conselho da
Europa:
A Europa mítica é uma princesa de Tiro. Como que a
lembrar que é a Eurásia, a Europa ecuménica, de fronteiras imprecisas. Zeus
disfarçado de touro aproximou-se da bela princesa fenícia, deixando que o
acariciasse e trepasse para o seu dorso. Entrou então pelo mar, dirigindo Eros
o casal para Creta, onde fizeram amor. Foi a esta Europa, ao mesmo tempo divina
e terrena, e agora em crise, envelhecida e sem confiança, que o Papa Francisco
se dirigiu na semana passada com dois discursos: ao Parlamento Europeu e ao
Conselho da Europa. 1. Francisco quis deixar "uma mensagem de esperança e
de alento" a uma Europa que, num mundo cada vez mais global, é cada vez
menos "eurocêntrica" e dá a impressão de "cansaço e
envelhecimento", a ponto de "os grandes ideais que a inspiraram
parecerem ter perdido força de atracção".
(o texto pode ser lido aqui na íntegra)
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