Exposição
Esta é uma Paixão fora de época. Mas é de todos os tempos. E é uma Paixão por vezes dramática, por vezes interrogativa, mas sobretudo uma Paixão serena, que remete para as cenas do quotidiano e a vida dos homens e mulheres – nesse sentido, remete para a ideia da encarnação que o natal também celebra. Fernando Botero (n. 1932), o mais conhecido artista colombiano contemporâneo, traz a Lisboa esta exposição da Via Crucis – A Paixão de Cristo, com personagens de formas redondas e sensuais como é característica da sua obra.
Esta é uma Paixão fora de época. Mas é de todos os tempos. E é uma Paixão por vezes dramática, por vezes interrogativa, mas sobretudo uma Paixão serena, que remete para as cenas do quotidiano e a vida dos homens e mulheres – nesse sentido, remete para a ideia da encarnação que o natal também celebra. Fernando Botero (n. 1932), o mais conhecido artista colombiano contemporâneo, traz a Lisboa esta exposição da Via Crucis – A Paixão de Cristo, com personagens de formas redondas e sensuais como é característica da sua obra.
A Paixão é talvez o tema mais importante da
história da pintura do século XIII ao século XVI. Por isso, explicou o próprio
Botero na apresentação da mostra, o artista decidiu aproximar-se dele, mesmo se
não se entende como crente. “É um tema de grande profundidade, da grande
tradição da pintura”, justifica Botero. Para o artista, esta é uma história de
um homem torturado, uma história de enorme “nobreza”. “Inconscientemente, a
tortura preocupa-me”, admite o artista.
No conjunto das 27 telas e 24 obras sobre
papel (que apenas foi exposto antes em Nova Iorque e Medellín), destacam-se as
cenas do beijos de Judas, da crucificação (três episódios diferentes, na
realidade) e do enterro de Cristo. E ainda o quadro que representa Jesus e a
multidão, uma grande interrogação de olhares e rostos onde cada pessoa pode
descobrir o seu olhar e o seu rosto. Numa das cenas da crucificação, Cristo é
colocado diante de um cenário que remete para Nova Iorque e o Central Park,
onde apenas uma mãe e o seu filho parecem parar para ver a cena. Uma metáfora
das vidas que continuam, sem se deterem perante todos os torturados deste e de outros
tempos.
Via
Crucis – A Paixão de Cristo;
Palácio
Nacional da Ajuda, Galeria do rei D. Luís I; Domingo
a sexta-feira, 10h-18h; sábado 10h-20h; encerra à quarta-feira; até 27
de Janeiro
(Nas imagens: O beijo de Judas; e Jesus e a multidão)
(texto publicado no Mensageiro de Santo António, Dezembro 2012)
Sem comentários:
Enviar um comentário