Exposição
É
no espaço expositivo dos jardins do Palácio de Belém que se pode ver a
exposição “E um Filho nos foi dado”. Reunindo cerca de meia centena de obras de
arte – pintura, escultura, paramentos, peças decorativas e alfaias litúrgicas
–, a exposição tem como tema central o mistério da encarnação de Deus na pessoa
de Jesus Cristo. “Uma realidade espiritual, mas também profundamente humana”,
como se diz no texto de apresentação da mostra.
Com
peças provenientes de museus, igrejas e colecções particulares, a exposição é
uma iniciativa da Presidência da República, com organização do Departamento do
Património Histórico e Artístico da Diocese de Beja (DPHADB). E abrange também
uma grande diversidade temporal, percorrendo desde o século XV até a
actualidade (inclui duas peças contemporâneas: uma Natividade “ao profano”,
desenhada por Jorge Vieira em 1962, e uma pintura de António Paizana), passando
pelo gótico, Renascimento ou maneirismo. Algumas das peças nunca tinham sido
antes mostradas ao público ou saído do seu contexto habitual – e esta é mais uma
razão que nos deve levar a ver esta mostra.
Na
apresentação da mostra, o director do DPHADB, José António Falcão, nota que a
mostra “dá a primazia à vivência comunitária da devoção ao Deus Menino, sinal
da identidade de uma região que se orgulha das suas tradições natalícias, mas
propõe uma reflexão mais alargada em torno do diálogo da cultura com a
religião”.
Esse
diálogo está patente, por exemplo, em peças que vão buscar a sua inspiração a
episódios referidos nos evangelhos apócrifos. Mas quer nesses casos, quer nas
peças que se baseiam nos quatro evangelhos canónicos a profunda humanidade dos
rostos, das situações e dos olhares é uma das marcas profundas, na significação
desse mistério central do cristianismo que é a encarnação. E que aqui se traduz
também na referência ao episódio do pecado de Adão e Eva (num prato medieval
para a recolha de esmolas) ou nos episódios referidos directamente ao
nascimento de Jesus: a Anunciação do anjo a Maria, o nascimento em Belém, a infância
em Nazaré.
Museu
da Presidência da República
Terça
a Domingo, das 10h às 18h; encerra dias 24 e 25 de Dezembro e 1 de Janeiro
Até
14 de Janeiro
Nas imagens:
em cima: Sacra Conversação, de Francisco
Vieira Lusitano. Séc. XVIII (terceiro quartel). Beja, colecção particular.
ao lado: A
Virgem e o Menino, Escola italiana. Séc. XVI (primeiro terço). Beja,
Museu Episcopal.
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