domingo, 9 de dezembro de 2012

Frei Bento Domingues: O Incómodo da Coerência


Livro - Teologia 

É a homenagem merecida. Ou melhor, é uma forma de homenagem merecida (outra será a publicação, em livro, de pelo menos uma antologia das suas crónicas): esta segunda-feira, na Universidade Lusófona, em Lisboa, será apresentado o livro “Frei Bento Domingues e o Incómodo da Coerência”. Coordenada por Maria Julieta Mendes Dias e por Paulo Mendes Pinto (ed. Paulinas), a obra resulta de um conjunto de depoimentos e de estudos que, a propósito dos 74 anos de frei Bento (completados em 2009) começaram a ser reunidos.
Dois terços do volume são, mesmo, constituídos por um conjunto de textos de investigação sobre temas relacionados com o facto religioso (sociologia e ciências sociais, modernidade e narrativas), a hermenêutica e os saberes religiosos, a secularização, a renovação da questão religiosa e a economia filosófica do cristianismo; e também sobre questões teológicas e bíblicas como as mulheres na Igreja, a palavra e a imagem, a justiça e a paz, o Jesus histórico, a sedução do rigorismo, a co-responsabilidade sacramental do presbitério, as formulações hierárquicas de Yahweh, a Bíblia e as religiões de Israel; e ainda sobre os jesuítas na I República, o padre Louis-Joseph Lebret ou a dimensão religiosa na obra de Agustina Bessa-Luís.
Entre os autores destes estudos, podemos ver nomes como Ana Vicente, Ângelo Cardita, Isabel Allegro Magalhães, Januário Torgal Ferreira, José Augusto Mourão, José Sousa e Brito, Laura Ferreira dos Santos, Luís Salgado de Matos, Manuel Braga da Cruz, Manuela Silva, Mateus Cardoso Peres, Miguel Serras Pereira e Viriato Soromenho-Marques. Dimas de Almeida propôs, para esta obra, uma nova tradução da Epístola a Diogneto.
No conjunto de depoimentos, há também muitos nomes conhecidos, sinal do reconhecimento de largos sectores da sociedade portuguesa a essa figura ímpar da cultura e do cristianismo que é frei Bento.
Num texto introdutório “sobre a teologia de frei Bento Domingues”, escreve Anselmo Borges que a reflexão do teólogo dominicano se consubstancia em alguns “princípios arquitectónicos”: uma teologia do Reino de Deus; a recusa do gnosticismo, na afirmação de um cristianismo vivido na liberdade e na humanidade; a urgência de aliar o ético e o estético; uma teologia ecuménica para a paz, numa mística que vem dos mais débeis e marginalizados. 

2 comentários:

Anónimo disse...

um livro corajoso que certamente vai incomodar muita gente. parabens ao paulo pinto e ir. julieta.
catarina ramos

Anónimo disse...

uma homenagem merecida, só peca por tardia.

parabéns aos coordenadores
amélia gonçalves